Fazendo História

Primeira Estação:

Convido a todos fazer parte deste passeio pela Vida, já que para fazer história é preciso ter passado pela vida e deixado sua marca. Assim, desde filósofos, políticos e mártires até escravos, indígenas e o tocador de tuba no coreto fazem parte desta viagem que quer retratar a cultura costurada durante o tempo dos Homens.
Aproveitem da viagem!

segunda-feira, 12 de agosto de 2013


Eric Hobsbawn


Metamorfoses do discurso historiográfico: séculos XIX e XX
(Texto desenvolvido para discussão temática de conteúdos da pós-graduação - UNIFESP)

A escrita da historia, aqui direcionada ao âmbito dos discursos historiográficos, supõe uma análise de longa duração, que segundo o historiador Fernand Braudel, faz parte de uma necessidade de abordagem metodológica e coerente ao processo de pesquisa histórica.
Neste sentido a historiografia nos direciona a uma longa caminhada histórica de referencias e objetos de estudos precedentes ao século XIX, entretanto, conforme delimitação pretendida neste texto, fixo a análise a partir do momento de fragmentação das ciências, no século XIX, quando houve a distinção entre as ciências humanas e as ciências naturais ou físicas.

Este contexto histórico caracteriza-se pela consolidação e ampliação da filosofia Iluminista da pelas regiões do Ocidente, situação esta que fica premente desde a ascensão da burguesia como classe majoritária do poder político e econômico europeu e, mais tarde, americano.
O Iluminismo abriu portas para a assimilação da mentalidade do progresso como base parra a ordem e o sucesso das nações e até mesmo como prognóstico do ideal de futuro, como explica o historiador alemão Koselleck em sua obra “Futuro passado” ou como afirma Jacques Le Goff a respeito da memória preservada segundo valores de mentalidades especificas das épocas históricas.
A idéia de progresso foi trabalhada por diversos historiadores e economistas, no sentido de projetar às esferas sociais uma prospecção da necessidade de trabalho, do racionalismo, da ordem política, da democracia liberal e finalmente da ideologia capitalista. 
Por outro lado, dentro da historiografia, ao contrário dos parâmetros positivistas e darwinistas, presentes ainda no século XIX e inicio do século XX, desenvolvem-se também novas abordagens críticas ao ideal burguês de progresso a todo custo; neste ensejo são decisivas as teorias marxistas que comporiam um significativo grupo de historiadores com trabalhos direcionados à luta social pela consciência da classe trabalhadora e contra as injustiças da exploração capitalista. Este grupo de autores foi preponderante no século XX até meados da década de 1970.
Dentre estes autores marxistas podemos destacar E. Thompson e E. Hobsbawn e no Brasil, Caio Prado Junior e Carlos Guilherme Mota, entre outros.
Ainda no século XX temos outro paradigma historiográfico significativo para a “metamorfose” do discurso da História. Devemos citar então a Escola dos Annales, a qual fizeram parte grandes historiadores como Marc Bloch e Fernand Braudel. Esta escola nos apresentou uma revolução no ambiente da metodologia, pesquisa e objetos de estudo da História. Foram abertos, desde os anos 1930, novos campos de trabalho ao historiador, dentro de temáticas ligadas às mentalidades, ao cotidiano, à micro-história, considerando metodologias de análise do tempo de longa duração e integradas às outras ciências humanas, como antropologia, sociologia, psicologia, economia e assim por diante.
Também foram fundamentais as considerações da Escola dos Annales referente aos objetos de análise e das fontes que deveriam desde então perceber a visão dos excluídos das classes menos favorecidas pelo capitalismo. E ampliam-se os recursos de fontes históricas em áreas como a fotografia, a música, a oralidade, os artefatos cotidianos, as festas populares, e outros mais.
 Ao final do século XX, diante da crise de paradigmas historiográficos, como o Marxismo e o Estruturalismo, entram em foco novas abordagens, das quais a Filosofia Existencialista e a Escola de Frankfurt vêm contribuir para desvendar e discutir as origens e consequências do caos social decorrente das Guerras Mundiais e da premente Nova Ordem Mundial da Globalização. Neste campo de análise é importante a contribuição da autora Hanna Arendt no debate acerca do Pós-Modernismo e do sintoma de naturalização da violência ligada ao poder. Esta nova fase de autores, entre o século XX e XXI, busca problematizar a nova estruturação sócio-político-cultural do globo, com a premissa de despertar o reconhecimento social da necessidade de autonomia e  preservação das diversas identidades culturais, assim como sua proteção contra a manipulação econômica e consumista do mundo globalizado.

 

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Método de Estudo para o Ensino Médio


Etapas do Fichamento:
1.             Autor e Título da obra
Ex. NERUDA, Pablo. Canto Geral. 1970, p. 59 a 83.
2.            Fazer a leitura do texto e marcar as citações (partes) mais importantes;
3.            Escrever um parágrafo sobre o tema (do que se trata o texto, qual a problemática discutida);
4.            Escrever uma análise pessoal e explicativa das partes importantes marcadas no texto;
5.            Fazer uma conclusão: explicar o que você compreendeu do texto e qual é a proposta de solução da problemática. (NÃO elogiar o texto! “Foi muito informativa esta leitura...”)

Etapas da Pesquisa:
1.             Pesquisar informações sobre o tema proposto;
2.            Pesquisar diversas fontes para a análise (textos, imagens, reportagens);
3.            Fazer a leitura das fontes e marcar o que for importante;
4.            Escrever um parágrafo sobre o tema (do que se trata o texto, qual a problemática discutida);
5.            Escrever uma análise pessoal e explicativa das partes importantes marcadas nas fontes lidas;
6.       Fazer uma conclusão: explicar o que você compreendeu do texto e qual é a proposta de solução da problemática.

7.            Fazer a referência bibliográfica (autor e nome das fontes pesquisadas)

Projeto de Mestrado



A expressão popular da cultura caribenha sobre aspectos da integração social no contexto contemporâneo.
Uma análise sócio-cultural dos atores da cidadania popular em sua diversidade étnica nas áreas urbanas da Venezuela e Colômbia.

Deve atentar-se para o comportamento, e com exatidão, pois é através do fluxo do comportamento – ou mais precisamente, da ação social – que as formas culturais encontram articulação.
(GEERTZ, 2008, p.12)
Era sonho de Simón Bolívar fazer do território da América Latina uma só pátria, unida por uma democracia política e com uma população integrada em cultura e projetos sociais. Sonho, este, frustrado com a separação das nações do então Vice-Reino de Nova Granada, hoje compreendido pelos territórios de Venezuela, Colômbia, Peru, Equador e Bolívia. (DUSSEL, 1997, p.177) 
Procuro, aqui, problematizar a questão da construção da identidade comum da América Latina, que se desintegrou desde a formação de suas nações independentes, conforme explica o sociólogo Alberto A. Zalles em El laberinto de La identidad: La diáspora latino americana y recomposición de las Américas:
América Latina, a pesar de una poseer una suerte de unidad cultural articulada alrededor de la comunidad lingüística, de la afinidad entre el portugués y el español, de um pasado colonial común y sobre todo de espíritu moderno ligado al origen de sus repúblicas, permanece desarticulada politicamente.(ZALLES, s.d., p. 12)
Apesar de tratar de uma problemática especialmente política, buscarei descortinar o ambiente social das afinidades de grupos latinoamericanos dentre suas manifestações de resistência e tradições identitárias. Para tanto quero aproximar-me da análise das interações culturais das expressões populares do Caribe – Venezuela e Colômbia – no âmbito de compreender a formação de suas identidades culturais, permeadas do hibridismo étnico, de interferências sociais, econômicas, políticas e midiáticas.
Como historiadora brasileira, meu interesse nesta pesquisa se refere ao restrito conhecimento das esferas populares do Brasil diante da história social e política de nossos vizinhos latinoamericanos. E, mais ainda nos distanciamos de uma real integração societária e cultural entre Brasil e os demais países latinoamericanos.
Diante das transformações históricas que se apresentam com a emergência da Globalização (RICARDO, 2008), da mundialização das informações via internet, da desestruturação de tradições locais e étnicas devido a interferências midiáticas e publicitárias que abrangem toda parte do mundo, vejo a necessidade premente de levantar questões problemáticas da América Latina, como as relativas aos movimentos sociais pelos Direitos Humanos e pela valorização e preservação das identidades culturais das camadas populares e de determinados grupos étnicos historicamente estigmatizados.
Neste sentido a presente pesquisa pretende discutir conceitos da Antropologia Cultural relativos à cultura popular, ao hibridismo étnico, à simbologia artística, permeados da perspectiva histórica de formação das novas bases sociais envolvidas ou excluídas do processo de globalização, da indústria cultural, das políticas culturais de governos e dos movimentos sociais pela cidadania em países caribenhos de fronteira com o Brasil, como Venezuela e Colômbia.
Para analisar este processo de transformação histórica e social na América Latina, procurarei trabalhar com fontes primárias de representações artísticas populares (músicas, artes plásticas, teatro, festividades), assim como documentos da comunicação popular (panfletos, discursos, programas de organizações populares) que possam contribuir para a compreensão da interação e da participação cidadã dos atores sociais.  Esta análise será complementada de entrevistas com alguns destes atores sociais em proposta de discussão da cultura como forma de reconhecimento do valor da ação social pela cidadania de direitos.

Justificativa
Como brasileiros fazemos parte desta mesma América Latina de origem colonial, subjugada ao imperialismo europeu até o século XIX, ao posterior neoliberalismo norte-americano no século XX e ainda hoje, no século XXI a mercê da dependência econômica estrangeira, das interferências culturais e do desrespeito aos direitos humanos e democráticos. Por esta razão proponho direcionar esta pesquisa à investigação das organizações sociais, culturais e populares da Venezuela e Colômbia, que dentro de suas diferenças regionais, possam contribuir para a compreensão do desenvolvimento histórico destas sociedades no que se refere ao imaginário popular, suas representações culturais, suas organizações sociais, enfim, as manifestações populares que são a expressão destas identidades culturais, de seus anseios e divergências.
Tendo em vista ampliar a discussão sobre a consolidação da democracia mediante plena e consciente participação popular na América latina, quero partir da abordagem da construção interétnica das sociedades urbanas do Caribe, concentrando minha atenção aos artistas populares da Venezuela e Colômbia, que dentro de suas especificidades histórico-culturais, se apresentam como atores sociais da cidadania, no exercício expressivo de contestação política, propostas de interação cultural, críticas à desigualdade e exclusão através das artes e dentro do cenário público da expressão popular.
A questão pertinente a este contexto é analisar como a cultura popular pode contribuir para o desenvolvimento da integração social, da democracia no espaço público, para a valorização das identidades culturais e para a garantia dos direitos humanos nas regiões em vias de pesquisa.
Pode-se questionar por que direcionei meus estudos à Venezuela e Colômbia: explico que estes países fronteiriços ao Brasil, apesar de apresentarem algumas semelhanças na formação cultural e econômica – em relação ao hibridismo étnico e à colonização européia – mediante o decorrer do processo de transformação histórica, como a formação política destas nações, as diferentes formas de interferência e de dependência externa e ainda as particularidades de suas representações e problemas sociais, expressam diferenças substanciais relativas a estruturas de controle social, democratização e até mesmo valores sócio-culturais que serão debatidos neste estudo.

Objetivo geral
Discutir e analisar as manifestações culturais populares como mecanismos de integração social e como exercício da cidadania dentro de uma comparação diferenciada de realidades e atores específicos das regiões de Venezuela e Colômbia.
Objetivos específicos
·         Identificar aspectos da tradição e das transformações culturais contemporâneas da cultura caribenha na Venezuela e Colômbia;
·         Investigar as manifestações culturais e populares de regiões urbanas do litoral e das capitais da Venezuela e Colômbia, abordando suas temáticas e representações nas primeiras décadas do século XXI;
·         Verificar as significações simbólicas e socioculturais das manifestações populares;
·         Analisar interferências e transformações socioculturais da mídia e da globalização nas esferas populares de comunicação;
·         Discutir questões problemáticas sobre os Direitos Humanos na Venezuela e Colômbia;
·         Considerar possíveis contribuições da sociologia e da antropologia para discutir as questões problemáticas de desrespeito aos Direitos Humanos e das identidades culturais das nações pesquisadas;
·          Relacionar as políticas culturais estatais com as representações culturais populares no intuito de perceber os mecanismos de controle social e a expressão cultural das vozes populares;
·         Questionar quais as interferências projetadas pela atual sistemática globalizante da Nova Ordem Mundial nos campos da cultura popular;
·         Compreender as formas de conscientização das camadas populares como atores sociais das democracias nacionais.
·         Comparar as relações de integração social e de cidadania pública entre Venezuela e Colômbia.

Hipóteses e Quadro teórico
Nesta etapa do projeto pretendo permear os questionamentos aos pressupostos teóricos da historiografia e da antropologia em foco, separando em três temas esta análise, que levarão em conta as particularidades das nações pesquisadas.
O Hibridismo e a construção da identidade cultural latino-americana
O hibridismo cultural decorrente da entrada de colonizadores europeus e escravos africanos na sociedade indígena das regiões do Caribe não determinaram a aculturação completa dos nativos frente à possessão colonial espanhola e a interferência das etnias africanas. O que resultou desta inserção foi a adaptação de diferentes culturas que deram origem ao hibridismo das novas identidades culturais que se formavam na América Latina.
A esse respeito afirma Enrique Dussel:
A história da América Ibérica mostra-se heterogênea e invertebrada no sentido de que por um processo de sucessivas influências estrangeiras vai-se construindo – por reação – uma civilização e uma cultura latino-americanas. Essa cultura, em sua essência, não é o fruto de uma evolução homogênea e própria, mas de uma evolução que se forma e se conforma segundo as irradiações que vêm de fora e que, cruzando o Atlântico, adquirem caracteres míticos [...]. (DUSSEL, 1997, p.21)
Tendo como referência de estudo o hibridismo cultural latinoamericano, pretendo trabalhar sobre o foco das identidades nacionais pela ótica da construção de representações sociais, entre seu simbolismo cognitivo, seus anseios, suas manifestações de alegria e de protesto, enfim, como as camadas populares identificam-se e relacionam-se entre seus pares e comunidade, e ainda, como esta identidade se projeta enquanto representativa da unidade nacional, uma vez que o poder político do Estado interfere diretamente em suas manifestações culturais, ora criando modelos culturais específicos dos interesses nacionais, ora reprimindo as manifestações desagradáveis ao governo, como explica Fabio E. Velásquez, em ensaio para La Innovación Democrática em América Latina, de 2010, dizendo que:
 [...] las instituiciones se han convertido, com frecuencia, em herramientas de reproducción de las múltiples formas de desigualdad que existen en la sociedad, no solo por la via de la imposición de las normas que la sustentan sino también de la auto imposición, mediante la interiorización de estas normas y valores culturales. (VELASQUÉZ, in VERA, Ernesto I. e LAVALLE, Adrián, org, 2010, p. 353).
Ao tratar especificamente da formação da identidade cultural latino-americana esbarramos em bloqueios produzidos pelo etnocentrismo colonial que carregamos até hoje como “grupo marginal ou secundário da cultura européia.” (DUSSEL, 1997, p.37).
O antropólogo colombiano Jésus Martín-Barbero nos explica que,
Para poder compreender tanto o que o atraso representou em termos de diferença histórica, mas não num tempo detido, e sim relativamente a um atraso que foi historicamente produzido […], quanto o que apesar do atraso existe em termos de diferença, de heterogeneidade cultural, na multiplicidade de temporalidades do índio, do negro, do branco e do tempo decorrente de sua mestiçagem. Só a partir dessa tensão é pensável uma modernidade que não se reduza a imitação e uma diferença que não se esgote no atraso. (MARTÍN-BARBERO, 1987, p. 165).
Para que essa identidade cultural não se perca no “atraso” civilizacional será necessário que o povo latino-americano se reconheça como ator social e se valorize dentro de sua especificidade cultural, como afirma Dussel: “Eis aqui nossa missão, nossa função. É necessário que tomemos consciência de nossa cultura, e não apenas isso, mas que nos transformaremos em configuradores de um estilo de vida” (DUSSEL, 1997, p.37).
Ainda tratando das questões de identidade cultural, vemos transformações sintomáticas na sociedade latino-americana relacionadas às interferências midiáticas da comunicação na formação cultural das populações inseridas nos atuais processos globalizados de tecnologia. A este respeito Matín-Barbero afirma que os meios de comunicação, “[...] não são um puro fenômeno comercial, não são um puro fenômeno de manipulação ideológica, são um fenômeno cultural através do qual a pessoa, ou muitas pessoas, cada vez mais pessoas vivem a constituição do sentido de sua vida.” (ESCOSTEGUY, 2010, p.165).
Por outro lado, afirma o professor Renato Seixas que “a cultura nacional é também uma estrutura de poder cultural” e “Sendo assim, a cultura dominante precisa construir uma estrutura de poder cultural destinada a fazer com que os grupos e povos submetidos “esqueçam” sua identidade cultural pretérita e, a seguir, adotem a nova identidade ditada pela estrutura cultural lidertípica. (SEIXAS, 2008, p.108).
Diante deste quadro de informações e incongruências sobre as identidades culturais latino-americanas é que percebo a necessidade de pesquisar e reforçar os valores culturais populares como fonte de expressão e de participação social nas esferas do poder público.
Ao pensarmos na atual conjuntura da Globalização nos deparamos com um ambiente global de: [...] grande fracionamento dos poderes político, econômico e militar. O mesmo fenômeno ocorre como poder cultural. [...] que conduzem ao fracionamento de poderes e à relativização de culturas, umas em face das outras. Os conflitos culturais atuais são apenas um dos aspectos dessa dinâmica. (SEIXAS, 2008, p. 94).
O que pretendo questionar nesta etapa do trabalho são quais as interferências projetadas pela atual sistemática globalizante da Nova Ordem Mundial nos campos da cultura popular?
Assim como defende Martín-Barbero, “a relação entre identidade cultural latino-americana e cultura popular, [...] tem modificado as formas de expressão da cultura de massa” (ESCOSTEGUY, 2010, p.166), para representar as classes populares, portanto afirma Martín-Barbero:
Em suma, os processos de comunicação são “fenômenos de produção de identidade, de reconstituição de sujeitos, de atores sociais” e os meios de comunicação “não são um puro fenômeno comercial, não são um puro fenômeno de manipulação ideológica, são um fenômeno cultural através do qual a pessoa, ou muitas pessoas, cada vez mais pessoas vivem a constituição do sentido de sua vida” (MARTÍN-BARBERO, 1995, p. 71).
A politização social em luta por direitos cívicos e humanos
Estudiosos da Antropologia Cultural moderna desenvolveram a análise teórica das identidades passando a encará-las como mecanismos sociais sujeitos a mudanças e transformações que “acabam gerando tensões, instabilidade e ameaça aos modos de vida estabelecidos.” (ESCOSTEGUY, 2010, p.145).
Diante desse pressuposto procurarei verificar como as transformações no plano político e econômico da América Latina se processam nas relações sociais, tendo como finalidade perceber as formas de conscientização das classes populares como atores sociais dentro das democracias ocidentais.
Para tanto, Huntington faz um panorama das transformações sociais em curso: “O colonialismo europeu terminou; a hegemonia norte-americana está retrocedendo. Segue-se a erosão da cultura ocidental, enquanto se reafirmam costumes, idiomas, crenças e instituições indígenas com raízes históricas.” (SEIXAS, 2008, p.110). Neste entremeio se descortinam situações conflituosas entre o poder político e as manifestações sociais que revelam um “mal estar latino-americano na modernidade”, pois, como explica Matín-Barbero que ainda “Não dispomos de categorias de interpretação capazes de captar o rumo das vertiginosas transformações que vivemos. (ESCOSTEGUY, 2010, p.165).
Direcionando o foco desta análise às camadas populares, que não devem ser vistas como minorias, mas como extratos da sociedade distanciados das decisões de poder, busquei referencias teóricas que demonstrassem as atuais manifestações sociais em luta por direitos e pela valorização identitária num reconhecimento dos princípios da cidadania como partícipes da ação social.
Neste sentido, Vera Candau desenvolve o conceito de “empoderamento” como a seguir:
O “empoderamento” começa por liberar a possibilidade, o poder, a potência que cada pessoa tem para que ela possa ser sujeito de sua vida e ator social.  O “empoderamento” tem também uma dimensão coletiva, trabalha com grupos sociais minoritários, discriminados, marginalizados etc., favorecendo sua organização e sua participação ativa na sociedade civil. (CANDAU, 2008, p. 54).
E, pensando nos atores sociais das camadas populares, devemos compreender que este impulso de participação política e social nasce no cotidiano das ruas e da interação societária de seus componentes em busca de reconhecimento de seus anseios e revoltas.
Nas palavras de Alba Zaluar: “Artistas, poetas, humoristas, pensadores das ruas e bares também são capazes de gerar novas práticas e novas ideias críticas acerca da sociedade em que vivem” (DURHAM, 1986, p. 121), pois como afirma Durham: [...] “hoje, essas minorias desprivilegiadas emergem como novos atores políticos, organizam movimentos e exigem uma participação na vida nacional da qual estiveram secularmente excluídos.” (DURHAM, 1986, p. 18).
A integração Latino-Americana
A última parte deste projeto, relativo às hipóteses das problemáticas em estudo, refere-se à necessidade de integração latino-americana frente à atual situação de formação de blocos econômicos supranacionais que permitam fazer competência nos mercados mundiais.
Aqui não se trata de trabalhar com questões da economia, mas antes culturais, já que dependemos desta integração, ou seja, do reconhecimento de nossas potencialidades enquanto economia auto-sustentável e como população qualificada para o trabalho e intelectualmente educada para suprir nossas demandas.
A esse respeito, Edvaldo Pereira Lima aponta como proposta de transformação do quadro de “atraso” latinoamericano:
Compreendo ser indispensável que os países latino-americanos criem mecanismos capazes de possibilitar o desenvolvimento pleno do ser humano que neles habitam, sob pena de entrarmos no século XXI formados por populações cada vez mais ignorantes, embrutecidas e tristemente muito aquém das possibilidades de lapidar todas as maravilhosas potencialidades da espécie humana. E vejo que essa modernização não pode acontecer sem que, paralelamente, se parta definitiva e gradualmente para a integração continental. (KUNSCH, 1993, p. 116).
Trata-se de uma prioridade a integração latino-americana no sentido de nos organizarmos em um projeto de desenvolvimento que seja capaz de superar nossas mazelas e conflitos para criarmos condições propicias ao pleno exercício das cidadanias “de ordem educacional, cultura, social, comportamental, psicológica, política e econômica.” (KUNSCH, 1993, p. 117).
Ainda nos explica Lima como consolidar esta integração:
O primeiro passo, nessa busca da integração, intermediada pelos canais culturais exercendo função educativa, passa pela descoberta mútua do que somos, do que nos une, do que nos afasta, do que necessitamos fazer para estreitar os laços de apoio à indispensável modernização de cada um dos países e de seus povos. Na verdade, é um esforço de busca da identidade comum. (KUNSCH, 1993, p. 117).
Para tanto, Lima relaciona alguns métodos constitutivos da integração latino-americana, que passam pelo sistema educacional, pelos produtos da indústria da comunicação coletiva, pelos meios culturais como: literatura, teatro, música, artes plásticas e dança, além “do importante nicho de conscientização, o livro-reportagem” (KUNSCH, 1993, p. 118), o qual me proponho a desenvolver nesta pesquisa de mestrado, reunindo aspectos da reprodução de uma realidade concreta confrontados com experiências singulares da sensibilidade popular.

Elementos comparativos da cultura popular na Venezuela e Colômbia.
Os dois países que são foco desta análise, apesar de muito próximos em relação às fronteiras territoriais, apresentam distinções significativas relativas ao processo de controle social e participação popular no exercício da cidadania.
No caso particular da Venezuela, o panorama cultural de ação popular aproxima-se da mítica ideologia bolivarianista, em que, nas palavras de Rômulo Figueira Neves:
É patente a utilização da imagem de Bolívar pelos líderes políticos venezuelanos, que precisam elaborar refinamentos do material bruto, que é sua biografia, mas, além disso, o mito se sustenta em um clamor popular sem prevenções nem críticas. (NEVES, 2010, p. 118).
É neste sentido que grupos sociais venezuelanos se diferenciam e se antagonizam dentro do discurso político, tendo de um lado o grupo empresarial conservador e neoliberal e, de outro, o grupo social-democrata e populista que busca, nas bases populares e sindicalistas, o apoio para as revoltas sociais, como explica Luis Vicente Vieira:
Porque, a irrestrita delegação da soberania do povo aos seus representantes e a oportunidade de interferência do mesmo mediante pronunciamento direto nas questões fundamentais de sua existência sempre foi visto, pela ideologia liberal, como um perigo ao perfeito funcionamento da base econômica da sociedade burguesa, que constitui-se sobre interesses contraditórios das diferentes camadas sociais em permanente conflito. (OURIQUES, 2005, p.64)
Podemos concluir que, no caso da Venezuela existe uma real participação ativa dos grupos populares no espaço público, entretanto isto não representa uma consciência crítica da ação social, resultando mais, no controle social ideológico, pautado na polarização dos discursos políticos, do que na necessária organização de transformação e representação social e democrática destes grupos.
Deve ser considerada aqui, dentro dos aspectos de análise das desigualdades sociais na Venezuela, a questão da economia concentrada na exploração e distribuição do petróleo em detrimento do desenvolvimento da indústria e agricultura nacionais, o que leva às populações periféricas aos centros de produção de petróleo, a se “agarrarem” aos subsídios estatais. (NEVES, 2010, p. 110).
No âmbito da política cultural é relevante verificar o discurso étnico que serve de amálgama para o controle social. Este discurso pretende utilizar-se pretensamente do ideal de proteção às etnias indígenas sob o pressuposto de aproximar suas identidades tribais, do socialismo, que causa discordância na análise de Rômulo Neves:
[...] sociedades indígenas não são “socialistas” ou “marxistas”. Funcionam, na verdade, sob outros paradigmas de cognição tanto em relação à propriedade privada quanto a outros aspectos da vida social. Além disso, não há uma identidade indígena clara na Venezuela. É, no entanto, precisamente por isso que esse elemento é mais eficaz na construção de um discurso conflitivo: nenhum dos atores políticos relevantes faz parte do grupo de indigenistas autênticos (como no Equador e na Bolívia), então não há contestação, apenas a assunção do discurso como verdadeiro. (NEVES, 2010, p. 125)
Verificamos, desta forma, como se descortina o controle social através do discurso étnico e das ideologias políticas de oposição bolivarianista.
O segundo ponto desta análise vem refletir sobre o panorama cultural e político da Colômbia, que sinteticamente revelou ser resultante de um regime democrático controverso e instável durante as ultimas décadas do século XX, e que vem se constituindo bem lentamente com efetiva intervenção da sociedade civil no poder público.
Para descortinarmos este panorama colombiano, temos de resgatar o contexto político e social que se desenvolveu durante o século XX com características centralizadoras, clientelistas e corruptas do poder estatal, como explica Fábio Velásquez, que desde 1957 até meados da década de 1980, havia “[...] el pacto firmado por las dirigentes de los Partidos Liberal y Conservador [...]”, que “[...] reducía prácticamente a cero las opciones de los votantes [...]”. Além disto, [...] “las opciones se reducían aún más por el peso del clientelismo como forma dominante de relación entre el Estado, los intermediarios políticos y la población.” (VERA y LAVALLE - org., 2010, p. 346).
Diante deste quadro, a sociedade civil se caracterizou pela incapacidade de organizar-se em movimentos reivindicatórios de direitos civis, por se tratar de “[...] de un electorado cautivo, no racional y poco o nada crítico, muy alejado del modelo de elector racional en el que se basa el modelo liberal de democracia representativa.” (VERA y LAVALLE - org., 2010, p. 347).
Acrescenta-se a este contexto de instabilidade política dos anos 80, outras questões relacionadas ao cenário de violências sofridas pela população colombiana nas quais:
 EI discurso y las prácticas participativas surgieron en una fase de la violencia política caracterizada por el protagonismo de distintos grupos guerrilleros y por un recrudecimiento del autoritarismo del régimen, al cualla guerrilla respondió con un incremento de las acciones violentas en diferentes zonas del país [...]. (VERA y LAVALLE - org., 2010, p. 347).
O panorama de debilidade dos movimentos sociais e de crise no modelo de Estado centralista colombiano veio a se alterar com a reforma constitucional de 1991, quando foi desenvolvido o processo de descentralização e de abertura política à participação social na gestão pública. Segundo Velasquéz, estas foram “[...] estrategias de reforma del Estado y de apertura democrática que pretendieron resolver la crisis política del país [...]”.(VERA y LAVALLE - org., 2010, p. 361).
A nova fase de reordenação democrática na Colômbia demonstra os primeiros passos do Estado no sentido da abertura política à participação social na gestão dos interesses públicos, entretanto, este modelo administrativo ainda esbarra em mecanismos de controle e de clientelismo dos órgãos políticos que manipulam a “máquina” fiscal e oferecem benefícios àquelas organizações sociais que se submetem aos interesses do Estado. Outro ponto que inviabiliza a participação cidadã está na falta de informação cultural e de preparo político dos grupos populares para reivindicar os direitos civis, pois como afirma Velásquez, “No existe todavia em Colômbia, como si ocurre em otros países, uma cultura de la información, tanto entre las autoridades públicas como entre la ciudadania.” (VERA y LAVALLE - org., 2010, p. 371).
Com efeito, e diante deste panorama geral das duas nações pesquisadas, entendo que seja propício investigar as diferentes formas de organizações culturais que possam contribuir para a formação e preparo das bases populares para o exercício da cidadania.

Fontes
Procurarei trabalhar com fontes primárias através de entrevistas com representantes de organizações sociais pelos Direitos Humanos, coordenadores de organizações culturais, líderes comunitários, radialistas populares, músicos, artistas entre outros que possam colaborar com o objetivo desta pesquisa. Também dentro do circuito das fontes primárias, buscarei recolher materiais de divulgação como panfletos, reportagens, noticiários, manifestos redigidos, letras de canções de protesto e as demais fontes que contribuam para a análise das relações sociais de resistência e luta por direitos sociais e culturais.

Ao pesquisar possíveis fontes em periódicos eletrônicos, deparei-me comum artigo de grande valia pára este projeto: “América Latina e a luta pelos direitos humanos: conversamos com três ativistas”, publicado no Diário Liberdade, da região da Galícia – Espanha, em 23 Fevereiro 2012. Neste artigo foram escritos relatos de três ativistas latino-americanos em denúncia ao desrespeito dos Direitos Humanos por parte do poder público de seus países (Colômbia, Guatemala e México).

Neste tipo de relato podemos nos aproximar de referências de conflitos locais e nacionais que são representativos das formas de protesto e dos anseios destas comunidades.
No caso da Colômbia, país selecionado para a análise neste trabalho, fica claro o repúdio dos ativistas do MOVICE (Movimiento Nacional de Víctimas de Crímenes de Estado) frente à “técnica ‘legal’ para silenciar o protesto social, em nome da segurança nacional e a ordem pública.” (Diário Liberdade, 2012). Esta é uma seria denúncia às falhas do Estado colombiano nas “garantias para o exercício da defesa dos Direitos Humanos.” (Diário Liberdade, 2012).
Este tipo de manifesto, seja os já publicados em periódicos, ou feitos in loco durante a pesquisa de campo, serão a base das fontes de pesquisa deste projeto, visando colher informações diversas da participação e conscientização popular em luta por direitos.

Metodologia
A pesquisa a ser desenvolvida terá como referência metodológica os princípios da Antropologia estruturalista, formulada por estudiosos da Antropologia Social Inglesa, em que “o suporte básico da armação dos sistemas reside no conceito de estrutura social” (DURHAM, 1986, p.21), onde “os fundamentos estruturantes não são buscados nas manifestações propriamente culturais, mas no sistema de relações sociais que a cultura realiza (ou produz ou manifesta).” (DURHAM, 1986, p.22).
Neste sentido serão necessários suportes teóricos de estudo de referências da Historiografia e Antropologia da América Latina, além de pesquisas do acervo dos meios de comunicação da Venezuela e Colômbia, como jornais, noticiários, ONGs, panfletos, programas de rádio, ensaios culturais, entre outros.
Serão também utilizados os recursos metodológicos da História Oral – “[...] metodologia de pesquisa que consiste em realizar entrevistas gravadas com pessoas que podem testemunhar sobre acontecimentos, conjunturas, instituições, modos de vida ou outros aspectos da história contemporânea.” (FGV-CPDOC, s.d., 2012) – para acercar-me dos sentimentos expressados por referencias locais e/ou individuais das minorias, dos populares, das esferas sociais destituídas de poder – político e econômico – que criam formas alternativas e particulares de resistência e manifestações de sua identidade e descontentamento frente ao poder público através de movimentos sociais, organizações culturais, manifestos populares, e assim por diante.
Para tanto, “[...] as entrevistas de história oral são tomadas como fontes para a compreensão do passado, ao lado de documentos escritos, imagens e outros tipos de registro. Isso torna o estudo da história mais concreto e próximo, facilitando a apreensão do passado pelas gerações futuras e a compreensão das experiências vividas por outros.” (FGV-CPDOC, s.d., 2012).
O trabalho com as fontes especificadas será feito primeiramente mediante a seleção de documentos escritos dos organismos culturais disponíveis em bibliotecas, centros culturais e centros comunitários de ação popular. Este material será, então, analisado tendo como base os pressupostos teóricos em estudo.
Na fase seguinte pretendo fazer entrevistas com representantes das organizações culturais e populares selecionadas, e, após as entrevistas, devo fazer uma comparação dos dados coletados a fim de discutir as questões e problemáticas levantadas, além de considerar a abrangência subjetiva da cultura social como suporte para a integração e cidadania popular.
Por fim, diante do material de pesquisa estudado das referências teóricas, das entrevistas feitas e das fontes recolhidas será desenvolvida a análise estrutural e culturalista destes dados a fim de compor uma possível visão compreensiva das hipóteses levantadas a princípio e construídas a partir da experiência empírica desta pesquisa, pois: “O que interessa à história não são apenas os fatos passados, mas a forma como a memória popular é construída e reconstruída como parte da consciência contemporânea.” (DURHAM, 1986, p.151).

Cronograma


Atividades
Ano I
Ano II

Jan

Fev

Mar

Abr

Mai

Jun

Jul

Ago

Set

Out

Nov

Dez

Jan

Fev

Mar

Abr

Mai

Jun
1) Modificações no projeto para atender a críticas

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2) Coleta de dados


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3) Pesquisa de campo








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4) Análise e processamento












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5) Redação














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6) Correções do texto e datilografia

















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Conclusão
Retornando à premissa inicial deste texto: o sonho bolivariano de integração latino-americana, não consolidado afinal devido ao contexto histórico de distanciamento cultural e político entre estas nações, venho aqui levantar questionamentos sobre as relações sociais da América Latina, direcionados às regiões caribenhas da Colômbia e Venezuela, sob o pressuposto de buscar em fontes orais e culturais dos meios de comunicação, expressões de valorização dos reflexos populares da cultura caribenha além de suas manifestações de protesto em luta pela garantia dos direitos humanos.
Como referenciais teóricos procuro na Antropologia, Sociologia e Historiografia, parâmetros de análise das relações sociais na América Latina.
Das premissas destacadas neste projeto buscarei discutir os valores emergentes nas sociedades caribenhas que permitam confrontar as lutas populares pela justiça social em prol do desenvolvimento humano e da integração sócio-cultural da América latina.
Por fim, cabe aqui a análise de Krawczyk: “A sociedade civil não assiste impassível às determinações das políticas de seus governos. Há movimentos contrários; portanto, há esperança.” (KRAWCZYK, 2002, p. 82).

Referências
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