Fazendo História

Primeira Estação:

Convido a todos fazer parte deste passeio pela Vida, já que para fazer história é preciso ter passado pela vida e deixado sua marca. Assim, desde filósofos, políticos e mártires até escravos, indígenas e o tocador de tuba no coreto fazem parte desta viagem que quer retratar a cultura costurada durante o tempo dos Homens.
Aproveitem da viagem!

domingo, 9 de maio de 2010

Linguagem e História, Palavras e Tempos



Resumo Academico da obra de Flávio Luis Freire Rodrigues

O trabalho produzido pelo professor Flávio procura levantar questões específicas sobre a construção da linguagem, partindo do princípio de que a linguagem é antes de tudo uma forma de representação do mundo, o autor utiliza-se de paramentos do estudo da linguagem que podem ser definidos através de vários conceitos, tais como a simbolização – que “é a capacidade de representar algo na sua ausência”, ou seja, para se falar de algo, este fato deve ter uma identidade, da qual o uso da palavra poderá representá-lo. Neste sentido, Flávio passa a citar o estudo de alguns especialistas da linguagem: Saussure identifica o signo lingüístico entre significante (som), e significado, ou seja, o cérebro relaciona imagens e impressões sonoras ao significado do objeto a que se refere. Este autor afirma que não há lógica para a construção das palavras, por isso cada língua pode ser construída segundo a identidade de seu povo. Bakthin, filósofo de formação marxista, ao contrário de Saussure, entende o uso da linguagem como uma atividade social e não individual, onde a comunicação entre os indivíduos é um reflexo ideológico das estruturas sociais. Para este autor, “a palavra é um fenômeno ideológico por excelência”, e por isso está sempre carregado de conteúdo existencial. Para entender este conceito são usados vários exemplos atuais e históricos que permitem explicar o valor ideológico atribuído a utilização das palavras. Vygotsky concorda com Bakthtin e acrescenta que assim como acontece com os fatos históricos, a linguagem também se altera no sentido de seu significado simbólico e passará a compor os signos lingüísticos dos movimentos de transformações históricas. A partir deste ponto, o professor Flávio passa a destacar instrumentos de estudos que permitam definir a linguagem. Para isso, ele identifica três elementos chave para tal definição: os interlocutores, a situação de comunicação e o contexto sócio-histórico-ideológico. Estes elementos são responsáveis pela construção da linguagem e por sua instancia de interação humana, ou seja, funcionando como instrumento mediador das relações interpessoais, que também pode ser percebido pela forma como os interlocutores se expressam em sua comunicação. Com o intuito de estabelecer o vínculo entre a história e a linguagem, o autor vai abordar desde então, a situação da época escravista no Brasil colonial, onde o negro era representado como um bem, um objeto independente de suas vontades e necessidades humanas e como a linguagem vigente naquele momento, foi utilizada com o fim de reafirmar a condição de subjugo dos escravos. Para tanto, Flávio procura descrever através de exemplos retirados de fontes especificas da época, como registros de anúncios, da imprensa e de documentos oficiais; a contribuição da linguagem para a construção do imaginário popular. Dentro deste contexto histórico, temos o Brasil, dos séculos XVI e XVII, com uma economia sustentada pelo escravismo e pelo tráfico negreiro e situações tensas de relações entre os brancos (proprietários) e os negros (propriedade). Para a legitimação deste domínio branco, o instrumento utilizado foi a ideologia: de poder e de eurocentrismo, que através do uso das palavras, deixava claro quem podia dominar. Em relação à análise lingüística, o autor partiu dos registros mencionados para identificar as relações entre senhores e escravos e os adjetivos a estes atribuídos no sentido da representação das estruturas e da estratificação social. Para concluir, Flávio procura alertar o leitor para o fato de que apesar dos negros legalmente serem tratados como coisas, no fundo eram considerados pessoas, pois afinal, ao reunirem-se poderiam alcançar sua consciência de classe, por isso, tais ajuntamentos eram rigorosamente combatidos para preservar as bases do escravismo. Por fim, o autor ainda aponta para a importância do diálogo entre a lingüística e a história, que podem contribuir mutuamente para o entendimento da vida em sociedade durante os tempos.

EXPRESSOES LINGUÍSTICAS

· Expressões que já não são mais utilizadas:

Boco moco – Cafona, sem graça

Guarda-se o que comer não o que fazer – Assumir responsabilidade

Broto legal – Moça bonita, formosa

Menina boa para casar tem que ser normalista – Moça que estuda magistério é prendada

Toma tento – Fique esperto

· Expressões recentes (neologismo):

Muvuca – Lugar muito cheio

A Treva – Horrível

Tá bombando – Lugar animado

Tosco – Estranho

Deu perdido – Sair sem avisar

· Expressões usadas na Região:

Os coxinhas – Policiais

Orra meu – Expressão de espanto

É nóis na fita – Confirmação de presença

Da hora – Muito bom

Tá ligado – Ficar atento


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